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quinta-feira, 29 de abril de 2010

BIBLIA I


BIBLIA


QUEM ESCREVEU A BÍBLIA?
O autor da Bíblia é Deus. Não foi Ele, porém, quem a escreveu. Essa tarefa coube a homens e mulheres que, movidos pelo Espírito Santo, foram aos poucos escrevendo tudo o que a eles era inspirado que escrevessem.
A Bíblia foi composta "a duas mãos": por Deus, que a inspirou, e pelos homens e mulheres que a escreveram. Não sabemos quantos são os autores humanos da Bíblia, mas sabemos que são muitos. Daí afirmarmos que a Bíblia foi escrita em "mutirão" (Carlos Mesters).

DE ONDE VEM O NOME BÍBLIA?
a palavra vem do grego biblion, nome dado aos livros feitos de papiro. O termo surgiu por causa da cidade fenícia de Biblos, de onde os gregos importavam papiro para fazer seus registros. "Foi são Jerônimo (ver pergunta 11) que criou a expressão hagia biblia – “biblioteca divina", em latim.

QUANDO E ONDE A BÍBLIA FOI ESCRITA?
A Bíblia foi escrita entre o ano 1250 antes de Cristo e o ano 100 depois de Cristo, aproximadamente. Ou seja, ela levou mais de mil anos para ficar pronta.
O Antigo Testamento foi escrito na Palestina (a terra de Jesus), na Babilônia (onde o povo judeu, num determinado momento de sua história, esteve exilado) e no Egito (para onde muitos judeus foram depois do cativeiro na Babilônia).
O Novo Testamento, contam relatos sobre a vida de Jesus, obviamente seus textos foram escritos após a morte de Cristo. A maior parte dos relatos foi feita entre os séculos 1 e 2.
Os livros do Novo Testamento foram escritos na Palestina (a terra de Jesus), na Síria, na Ásia Menor, na Grécia e na Itália (lugares estes onde haviam sido fundadas comunidades cristãs).

QUANDO FOI ESCRITO O ANTIGO TESTAMENTO?
A hipótese defendida por especialistas é que a maior parte dos livros do Antigo Testamento foi escrita e reunida a partir do século 6 a.C. Sábios judeus teriam orientado escribas a tomar nota histórias mais populares da época envolvendo seu povo. Até o início da era cristã rolaram várias tentativas de organizar essas historias num único livro. "Até no período em que Jesus viveu sábios judeus realizaram um concilio (reunião de lideranças religiosas) para formalizar os textos sagrados. Nessa época, tais textos já eram praticamente o Antigo Testamento dos cristãos", diz o professor Antonio Carlos de MeIo Magalhães, diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo.

JESUS LEU O ANTIGO TESTAMENTO?
Parece óbvio que sim. Como judeu, ele tinha acesso aos textos do Antigo Testamento. A própria Bíblia tem passagens que fazem referências a isso. "Quando Jesus vai à sinagoga, ele abre um rolo e lê um texto do profeta Isaías", diz o professor Antônio Carlos. O Livro de Isaías é um dos livros que compõem o Antigo Testamento.

QUANDO FORAM UNIDOS OS DOIS TESTAMENTOS?
Isso aconteceu depois que a Igreja definiu os livros que formariam o Novo Testamento. O problema é que, após a morte de Jesus, vários textos foram escritos para contar sua historia. Mas, entre dezenas de textos disponíveis, quais iriam entrar na Bíblia que a:Igreja, tentava criar? Vários concílios foram feitos para chegar a um acordo. Um dos mais importantes ocorreu no ano 325, na cidade de Nicéia, na atual Turquia, "Com certeza a briga ao redor dos textos foi uma briga de poder e os grupos minoritários e mais fracos foram excluídos", diz o professor de teologia da PUC-SP, Raphael Rodrigues da Silva.
Só no final do século 4 é que a Igreja finalmente fechou o conteúdo do Novo Testamento, unindo-o ao Antigo Testamento para formar a Bíblia.

É VERDADE QUE ALGUNS TEXTOS FORAM CENSURADOS?
Durante a "seleção" de textos para o ,Novo Testamento, havia muito mais relatos disponíveis do que os 27 que foram selecionados. Especialistas estimam que cerca de 60 livros ficaram de fora. Isso até pode ser considerado uma forma de censura, _,mas vale lembrar que, nos primeiros séculos após a morte de Cristo, ninguém tinha muita certeza sobre quais relatos e evangelhos eram “verdadeiros”.


PORQUE A BÍBLIA NÃO FICOU SÓ COM O NOVO TESTAMENTO?
Porque a figura divina de Jesus casava direitinho com profecias do Antigo Testamento, que anunciavam que um dia um “messias” chegaria à terra. Os antigos cristãos eram até então judeus que liam os textos sagrados do Antigo Testamento. Eles criaram a nova religião – uma espécie de dissidência do judaísmo – pois estavam convencidos de que Jesus era esse esperado messias.



QUAL É O IDIOMA ORIGINAL DA BÍBLIA?
Os textos do Antigo Testamento foram escritos em aramaico (antiga língua usada em partes do Oriente Médio) e em hebraico (idioma ainda hoje usado em Israel). Os textos do Novo Testamento foram feitos em grego, em copta (idioma que vem do egípcio antigo) e também em aramaico.

QUANTAS TRADUÇÕES EXISTEM DA BÍBLIA?
A Bíblia já foi traduzida para aproximadamente dois mil idiomas. As cópias mais antigas estão na Biblioteca do Vaticano, no Museu Britânico (Londres, Inglaterra) e no Museu de Jerusalém (Israel).

QUAL FOI A PRIMEIRA BÍBLIA?
A primeira edição, digamos, “oficial” ficou pronta no ano 382. Escrita em latim, ela é chamada de Vulgata e foi feita por são Jerônimo (347-420). A Vulgata foi a versão oficial da Bíblia para a Igreja Católica por mais de mil anos. Durante a Idade Média, porém, ela sofreu, modificações por causa do complicado processo de cópia manual de cada exemplar. Depois dela, surgiram pelo menos outras três versões oficiais importantes:

  • século 15: A Igreja decidiu reunificar os textos da Vulgata e lançou uma versão da Bíblia chamada de Sistina, em referência à capela do Vaticano onde ela foi formatada.

  • 1592: como a versão Sistina foi feita às pressas, estava cheia de erros. O Papa Clemente tratou então de corrigi-la, lançado a Vulgata Clementina, que foi o texto oficial da Igreja até 1979.

  • 1979: O Papa João Paulo II promulgou a Nova Vulgata, uma revisão da versão anterior que havia sido encomendada pelo papa Paulo VI. Essa é a versão oficial da Bíblia católica que está em vigor.

COMO ERA PRODUZIDO UM EXEMPLAR DELA?
Num tempo em que não havia gráfica, dava um trabalho danado! Os exemplares da Bíblia eram feitos à mão por copistas; profissionais que copiavam o texto para copiar um novo exemplar. Era grande o risco de errar, pois muitos eram totalmente analfabetos. Como davam trabalho e eram raros, os exemplares feitos à mão ficavam trancados a sete chaves em mosteiros. Os materiais já usados foram tijolos (cerâmicas), papiros e pergaminhos. Papiro: Tirado de uma planta especial (papirus); cortando-se os filamentos do tronco, saía como que uma folha larga e comprida, que era enrolada e se podia escrever de um lado. Pergaminho: pele de animal (ovelhas e cordeiros), devidamente preparada, na qual se podia escrever; chama-se assim porque esse método foi inventado na cidade de Pérgamo, antiga capital da Mísia.
Até o início da Idade Média (século 5), a Bíblia não era um livro como conhecemos hoje, mas, sim, um grande rolo que reunia folhas avulsas de papiro ou de pergaminho onde os textos eram escritos.

QUE LIVROS DA BÍBLIA OS JUDEUS TAMBÉM LÊEM?
A Tanakh, a bíblia judaica, tem quase o mesmo conteúdo do Antigo Testamento da Bíblia Católica. Uma das diferenças são sete 1ivros que os judeus não consideram – os mesmos que os protestantes não aceitam. A ordem e a composição de certos livros também têm pequenas variações – por exemplo, Esdras e Neemias são um 1ivro só para judeus,mas divididos em dois pelos cristãos.
Confira nos abaixo quais são os livros do Antigo Testamento aceitos pelos judeus e como eles costumam ser divididos em cinco grandes Categorias:

  • Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

  • Históricos: Josué, Juízes. Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester

  • Poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares

  • Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel

  • Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

PORQUE O ANTIGO TESTAMENTO DOS PROTESTANTES É DIFERENTE DO DOS CATÓLICOS?
O rolo começou no século 16, quando o padre alemão Martinho Lutero rompeu com a Igreja, dando início ao movimento conhecido como Reforma Protestante. Lutero achava, por exemplo, que a interpretação da Bíblia poderia ser feita por qualquer pessoa, sem a intermediação da Igreja.
Para marcar ainda mais a diferença entre os protestantes e a Igreja Católica, Lutero decidiu rever a Bíblia. A versão católica do Antigo Testamento sempre se baseou na Septuaginta, uma tradução da Bíblia judaica para o grego, muito popular na época de Jesus. Nesse processo de tradução, alguns textos foram acrescentados: entraram sete livros novos (Macabeus 1 e 2, Judith, Tobias, Sabedoria, Ec1esiástico e Baruch) e trechos extras de dois 1ivros já existentes (Daniel e Ester). Lutero optou por seguir uma versão do Antigo Testamento que era baseada em manuscritos em hebraico, que não continham os sete livros citados acima.

O NOVO TESTAMENTO É O MESMO PARA PROTESTANTES E CATÓLICOS?
Se não se entendem sobre livros do Antigo Testamento, no Novo não há problemas entre protestantes e católicos. Todos aceitam os 27 livros definidos pela Igreja ainda no século 4. Eles podem ser divididos da seguinte forma: Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos, Romanos, I e II Corintios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemon e Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I, II e III João, Judas e Apocalipse.

A BÍBLIA SEMPRE FOI DIVIDIDA EM CAPÍTULOS E VERSÍCULOS?
Não até o século 13, ela não tinha capítulos, parágrafos e nem pontuação! Esse caos todo só começou a mudar em 1227, numa versão mais organizada feita pelo arcebispo inglês Estevão Langton. Os versículos só apareceriam um pouco mais tarde, por volta do ano 1551, pelo tipógrafo Roberto Stefano. Uma curiosidade, a Bíblia tem 1.328 capítulos e 40.030 versículos.
COMO ACHAR UMA CITAÇÃO?
Elas sempre têm a seguinte ordem:


A pontuação usada na citação serve para orientar o leitor:





VIRGULA
separa o numero do capitulo do numero do versículo. Ex:
Mt, 2, 4 (capitulo 2, versículo 4)
TRAÇO
Indica que o leitor deve ler de um versículo até o outro. Ex. Mt 2, 4-7 (deve ser lidos os versículos de 4 a 7 do capítulo 2)
PONTO-E-VÍRGULA
É usado quando aparece mais de uma citação. Ex. Mt 2,4;Jo 1,3 (deve ser lido o Evangelho Segundo Mateus, capítulo 2, versículo 4 e também o Evangelho Segundo João, capítulo 1, versículo 3)
PONTO
Quer dizer que é para ler só os versículos citados. Ex: Mt 2, 4.7 (ler só os versículos 4 e o 7)

  • Às vezes encontramos um a, ou b, ou ainda um c depois da citação do versículo. Exemplo: Jo 1, 18a = lê-se a primeira parte do versículo dezoito. Quando a letra que vem logo após a citação do versículo é a b, deve-se ler a segunda parte desse versículo e, quando é a letra c, lê-se a terceira parte do versículo. Isso acontece porque um versículo pode ser formado por uma, duas ou até três frases.

  • Quando o livro tem um só capítulo, omite-se a indicação do capítulo, e cita-se só o versículo. Exemplo: Jd 3 = Epístola de Judas, versículo três. Quando o livro tem mais de um capítulo, o número que vem logo após a indicação do livro é a do capítulo. Exemplo: Jo 2: deve-se ler todo o capítulo dois do evangelho de João.

  • Existe uma diferença entre a pontuação Católica e a Evangélica. Ex: 2 Pe 3:15-16 (citação evangélica), 2Pe 3,15-16 (citação Católica)

A BÍBLIA PROÍBE A TRANSFUSÃO DE SANGUE?
algumas correntes re1igiosas, como Testemunhas de Jeová, defendem que sim e por isso expulsam do grupo os fiéis que recebem transfusão. Essa polêmica toda rola principalmente por causa de um trecho do livro Levítico, do Antigo Testamento: “Não comereis sangue em qualquer das vossas habitações, quer de aves, quer de gado. Toda pessoa que comer algum sangue, será eliminada do seu povo” Lev 7, 26-27
Na versão da Bíblia usada pelas Testemunhas de Jeová, chamada de Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, o texto é bem parecido:
"E não deveis comer nenhum sangue em qualquer dos lugares em que morardes, quer seja de ave, quer de animal. Toda alma que comer qualquer sangue, esta alma terá de ser decepada do seu povo". Lev 7, 26-27

O QUE SÃO OS EVANGELHOS APÓCRIFOS?
O termo apócrifo é usado para se referir a uma que ninguém sabe ao certo que escreveu. Muitos livros e escritos “vetados” pela Igreja na época da montagem do Novo Testamento acabaram sendo chamados de evangelhos apócrifos por serem considerados de origem duvidosa. A maior parte desses relatos foi destruída ou se perdeu com o tempo. Em 1945, porém, foram descobertos vários textos escondidos em cavernas no Egito. De lá pra cá, especialistas passaram décadas na busca de novos textos tentando traduzi-los. Entre os relatos já estudados, estão os evangelhos atribuídos a Maria Madalena e aos apóstolos Tomé e Judas.

QUANDO SURGIU A PRIMEIRA BÍBLIA EM EM PORTUGUÊS?
A primeira Bíblia no nosso idioma é relativamente nova: ela só foi impressa em 1748. Era uma tradução de uma versão conhecida como Vulgata Latina.

QUALQUER PESSOA PODE FAZER UMA VERSÃO DA BÍBLIA?
A coisa não é tão simples. Só é possível editar uma Bíblia Católica, por exemplo, depois que você recebe uma espécie de atestado oficial chamado imprimatur. Isso só rola após uma autoridade da Igreja ver a obra.

TODAS AS BIBLIAS AO IGUAIS?
Não, existem versões bem diferentes. A Igreja Católica, por exemplo, até precisa aprovar a obra, mas permite edições que podem ate mesmo mudar um pouco os textos sagrados. Só para ter uma idéia da variedade, conheça três versões da Bíblia:

Para Cdfs
A Bíblia de Jerusalém(Católica) tem um rodapé quase maior do que o livro, com comentários detalhados sobre cada passagem. Voltada para estudos, foi feita em conjunto por especialistas na história dos livros.
Para Missas modernas
A Bíblia Edição Pastoral (Católica) foi feita para ser usada nas pregações, tendo um texto mais simples. Ela não utiliza, por exemplo, a segunda pessoa do plural - "vós sabeis...”
Infantil
Há varias versões de Bíblias Ilustradas Infantil, elaboradas com o intuito de familiarizar nossas crianças acerca do amor e poder de Deus.

QUAL A BÍBLIA MAIS CARA DO MUNDO?
Há´cinco ano, um exemplar da primeira Bíblia impressa foi vendido por 12 milhões de dólares, tornando-se não só a Bíblia como também o livro mais caro da história - só alguns manuscritos alcançaram valores maiores em leilões. Conhecida como Bíblia de Gutenberg, ela foi produzida em 1455 por Johannes Gutenberg, criador da impressão com tipos móveis.

É VERDADE QUE EXISTE UMA BÍBLIA SATÂNICA?
Que Deus perdoe o americano Anton Szandor, mas existe! Esse cara lançou a tal "Bíblia" em 1969. O livro é a base da doutrina satanista. Mas não se assuste. As posições de Anton, que morreu em 1997, não eram tão malignas assim. Ele achava, por exemplo, que todo mundo podia fazer sexo como bem entendesse, desde que não machucasse quem estivesse junto na história...

QUANTOS EXEMPLARES DA BÍBLIA DE GUTENBERG EXISTEM?
Restaram só 48 exemplares de um total de 180 que foram impressos. Essas raridades estão guardadas em bibliotecas e universidades espalhadas pelo mundo.

QUAL FOI A MAIOR BÍBLIA JA FEITA?
Após um ano de trabalho, o americano Louis Waynai fez uma megabíblia com 1, 10 metro de altura por 2,48 metros de largura! Produzida em 1930, ela foi dada de presente para uma universidade cristã do Texas, nos Estados Unidos, e tem mais de 8 mil páginas!

E A MENOR?
Cientistas em Haifa (Israel) acabam de bater o recorde de “menor Bíblia do mundo" ou, pelo menos, do menor Velho Testamento já impresso. A equipe do Instituto de Nanotecnologia do Technion, conseguiu "escrever" as 308.428 palavras da primeira parte da Bíblia sobre uma superfície de 0.5mm² de silício, coberta por uma camada de ouro de 20 nanômetros.

É CERTO BRIGAR COM PESSOAS DE OUTRAS RELIGIÕES POR CAUSA DA BÍBLIA?
Não, não é certo. A Bíblia é instrumento de aproximação e união, e não arma de agressão.

QUEM É O CENTRO DA BÍBLIA?
O centro da Bíblia é Jesus. Tudo nela aponta para o Filho de Deus feito homem. O Antigo Testamento (antiga aliança) prepara a sua vinda; o Novo Testamento (nova aliança) a realiza.

QUEM PODE INTERPRETAR A BÍBLIA?
Só a Igreja, instituída por Cristo, pode interpretar corretamente a Bíblia. O Espírito Santo, terceira Pessoa da Santíssima Trindade, é quem ajuda a Igreja nessa interpretação. O católico que participa das celebrações de sua comunidade vai, com o tempo, entendendo o sentido e o significado dos ensinamentos da Palavra de Deus; assim ele aprende a interpretar a Bíblia junto com a Igreja.

COM QUE ATITUDE DEVE-SE LER A BÍBLIA?
A Bíblia deve ser lida com humildade de coração. É aos pequenos e simples que Deus revela a sua sabedoria.

bíblia




O Povo de Deus que Caminha

O Amor é uma volta para Casa

Podemos encontrar Deus perto de nós, ou será que ele está tão distante que não conseguimos vê-lo ou comunicar-se?  Como Deus se revela através:

*da natureza?                           *dos acontecimentos?               *do homem?
No coração das pessoas de boa vontade, Deus se revela. À propósito, revelar significa tirar o véu, tornar visível, dar-se a conhecer. Quem conheceu a Deus, nunca permanecerá o mesmo.
Por que Deus quis se revelar ao homem?
“Pela Revelação Divina quis Deus manifestar-se e comunicar-se a si mesmo e os decretos eternos de sua vontade acerca da salvação dos homens, a saber, para fazer participar dos bens divinos, que superam inteiramente a capacidade da mente humana”. (Dei Verbum).

A Bíblia é um projeto para o homem descobrir o Amor, compreender que é profundamente amado e aprender a Amar perfeitamente.

Deus nos Amou Primeiro
A sagrada Escritura não foi escrita da noite para o dia. Cada Povo, cada época, procurou traduzir esta experiência.
Se você tivesse de escrever uma experiência sua, pessoal com Deus para outras pessoas poderem tentar sentir o que você sentiu, seu objetivo seria só contar um fato, ou seria chamar a atenção para o fato, contar detalhes, contar de modo diferente?

Bíblia, o Livro inspirado por Deus
O principal Autor da Bíblia é DEUS. Os escritores sagrados (homens) registraram suas experiências de fé e de vida, inspirados por Deus. Antes desses Livros serem registrados - TRADIÇÃO ESCRITA - tais experiências eram passadas oralmente de geração em geração - TRADIÇÃO ORAL.
"Toda a Escritura é inspirada por Deus
e útil para ensinar e para convencer, para corrigir
e para educar na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e preparado para as boas obras."
(2 Tm 3, 16-17)".
HAGIÓGRAFO: é aquele que escreve a Palavra de Deus. Ele é inspirado pelo Espírito Santo.
Quando falamos em Livros Inspirados, entendemos aqueles Livros que formam a Bíblia Sagrada. São os 73 Livros, reconhecidos oficialmente pela Igreja como tais. São chamados Livros Canônicos. Essa inspiração para escrever Livros da Bíblia já foi encerrada no tempo dos Apóstolos. Agora não se acrescenta mais nenhum Livro.
LIVROS APÓCRIFOS: São os Livros não inspirados. Também não quer dizer que sejam falsos. São até piedosos e edificantes. Seus escritos estão misturados com lendas e muita imaginação. Não fazem parte dos Livros Canônicos.

Nome de Deus na Bíblia
Quando Jesus nasceu, foi-lhe dado um nome. Antes disso, não se encontra na Bíblia nenhum lugar onde se dê um nome a Deus. Mesmo quando Moisés perguntou a Deus qual era o Seu Nome, Deus não lhe disse qual o Seu Nome. Mas usou de expressão em lugar do nome.
Para o Povo de Deus o nome não era apenas uma palavra externa com a qual chamamos alguém. O nome possuía um conteúdo interior. Deveria significar aquilo mesmo que a pessoa era no íntimo de seu ser. Daí a dificuldade de se chamar Deus por um nome. Quem poderia penetrar o íntimo divino?
Na Bíblia encontramos certas expressões que designavam a Pessoa Divina. Eis as mais conhecidas:
Elôhim: é o plural de "El": O SENHOR.
ADONAI: quer dizer MEU SENHOR ou MEU DEUS.
ELYON: significa a parte mais alta de um lugar. É usada para dizer O DEUS ALTÍSSIMO.
SADDAI: palavra que significa O TODO PODEROSO.
JAVÉ: (Jaheweh) quer dizer: EU SOU AQUELE QUE SOU.
Jeová: é uma tradução errada de "Yahweh".Os judeus tinham excesso de respeito com o nome de Deus. O segundo mandamento do Decálogo (10 mandamentos) não permitia que se pronunciasse o nome de Deus em vão. Então por medo de usar indevidamente um nome tão sagrado, os judeus passaram a escrever "Javé" somente com as quatro consoantes, sem as vogais. Então ficou YHWH. Mais tarde, colocaram as vogais da palavra Adonai e surgiu " Yehowah" ( Jeová ) em lugar de Yaheweh ( Javé ). Quer dizer DEUS.

Modo de falar dos hebreus
Precisamos ter bem claro que os escritores da Bíblia eram pessoas simples, diferentes dos gregos e latinos, que eram desenvolvidos na filosofia e usavam uma linguagem racional. O povo de Deus usava uma linguagem bem concreta, personificando seu pensamento.
Ex: "humanidade" = carne (Gn. 6, 12); Para dizer que a mulher tinha a mesma natureza humana do homem, Adão se expressou com esta linguagem: (Gn 2,23) - "Eis agora aqui, o osso de meus ossos e a carne da minha carne".
Quem não leva em conta essas coisas próprias da língua do povo que escreveu a Bíblia, não vai entender a Palavra de Deus.

A palavra "irmão" e os hebraísmos
Os orientais gostavam muito de usar provérbios. Recorriam as hipérboles (expressões exageradas).
Ex: "É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha, do que um rico entrar no reino dos céus".( Mt. 19, 24).
Outra coisa que precisamos entender são os "HEBRAÍSMOS", ou seja, certas expressões próprias da língua hebraica que não tem tradução em outras línguas. Ex: alguém ama uma pessoa mais que a outra - ama uma pessoa e odeia a outra (Lc. 14, 26).
Precisamos notar também a palavra "IRMÃO". No hebraico não existem as palavras "primos, tio, tia, sobrinhos, etc." Qualquer parentesco usa-se a palavra Irmão.
Ex: Mt. 13, 55-56; Mt. 12, 48; Gn. 11, 27-28; Gn. 13, 8

Formas literárias da Bíblia
Para entendermos qualquer Livro da Bíblia, precisamos saber a que gênero literário pertence, ou seja, a forma de literatura usada para escrever. Forma literária é o conjunto de regras e expressões usadas para escrever tal tipo de Livro. Os gêneros literários que se encontram na Bíblia são os seguintes:
Tratados Religiosos: Com aparência de narração histórica, apresentam verdades religiosas. Não podem ser entendidos como história propriamente dita. Ex. Gn. 1 a 11.
História Popular: é quando mistura um pouco de história verdadeira com elementos de fantasia. Trata-se de um modo de ensinar a religião.
Histórias Descritivas: Possui uma finalidade religiosa, mas os personagens e os fatos são todos verdadeiros, documentados pela história.
Gênero Didático: São Livros que trazem instruções religiosas ou morais. Fazem recomendações e dão orientações de vida.
Gênero Profético: Apresentam a Palavra de Deus através dos profetas, que advertem, repreendem e encorajam o Povo de Israel diante da realidade em que vive.
Gênero Apocalíptico: São visões proféticas sobre a sorte do Povo de Deus.
Gênero Poético: Apresenta a Palavra de Deus à maneira de poesia, usando, portanto, de maior liberdade e recurso literário.
Gênero Jurídico: é a Palavra de Deus apresentada sob a forma de Lei. É um modo de escrever bem diferente daquele usado na poesia.
Gênero Epistolar: "Epístola" é uma palavra latina que significa carta. O gênero epistolar traz a Palavra de Deus à maneira de Cartas dirigidas a certas comunidades ou pessoas.

O significado dos números na Bíblia
Na mentalidade dos povos antigos, os números tinham um sentido simbólico. Muitas vezes significavam qualidade e não quantidade. Os orientais não sabiam falar sem recorrer ao simbolismo dos números e dos provérbios. Assim, por exemplo, para dizer que uma pessoa era virtuosa e abençoada por Deus, a Bíblia diz que tal pessoa viveu uma grande soma de anos.
Os números ímpares eram sempre mais perfeitos que os pares. Pelo fato de serem mais facilmente divisíveis, os números pares eram inferiores, pois davam a idéia de coisa fraca. Os números simbólicos mais freqüentes na Bíblia são: UM, TRÊS, SETE, DEZ e DOZE. O Dez e o Doze não são ímpares, mas tinham uma razão especial para entrar na lista dos números simbólicos.
UM: era o número perfeito por excelência, por ser o primeiro ou origem dos outros números.
TRÊS: era número perfeito por ser o primeiro composto de ímpar, e por representar o triângulo, que era uma figura perfeita, com três faces iguais.
SETE: o mais significativo na linguagem bíblica. Começa por isto: Deus fez o mundo em sete dias (Gn. 1, 1-31; 2, 1-2). Indicava perfeição e totalidade. Quando Pedro perguntou a Jesus se deveria perdoar o irmão até sete vezes, o Senhor respondeu-lhe: - "Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete" (Mt. 18,21-22). O perdão deve ser completo - infinitamente.
DEZ: entrou na lista dos números perfeitos, apesar de não ser ímpar, porque dez são os dedos das mãos. E essa era a maneira primitiva de se contar.
DOZE: era um número simbólico porque o ano divide-se em 12 meses. Indica plenitude e perfeição. As tribos de Israel eram doze (Gn 35, 22-26). Os Apóstolos eram doze (Mt 10,1-5). O número dos eleitos era 144 mil, sendo doze mil de cada uma das tribos de Israel (Ap.7,4-8).
Já ouviu alguém dizendo que a Bíblia conta mentiras sobre a origem do mundo e do homem, e outros fatos. O que você achou?
A Bíblia fala sempre a Verdade, mas olha as coisas segundo os olhos de Deus.
A ciência de Deus é muito grande para a nossa cabecinha. Deus se revela progressivamente. Cf.: Jo 16,12s.

A Bíblia tá na moda ou melhor, ela ainda é “fashion”?
Como a Bíblia pode ser sempre uma mensagem de Deus, atual? Cf. Mt 13, 52 (Princípio da atualização da Bíblia).
Você acredita que tudo está escrito na Bíblia, seja passado, presente ou futuro? O que a Bíblia fala sobre clonagem, física quântica, dinossauros? Então, como o livro Bíblia pode ajudar a esclarecer tais assuntos?
Seria a Bíblia uma solução cômoda e gratuita dos problemas que preocupam o Mundo?
A Sagrada Escritura serve de referencial primário, de ponto de partida para o desenvolvimento moral e histórico do ser humano, por este motivo, a Bíblia é sempre um livro atual que ilumina a realidade de todos os tempos.

A Bíblia continua sendo escrita todos os dias, mas não mais em papel e sim, no nosso coração. A esta escrita, chamamos de Tradição da Igreja ou Apostólica.

Resumo: “A revelação divina é apresentada como uma “Comunicação”, cuja origem não é somente a “verdade” de Deus, mas sua “bondade e sabedoria”, orientação cuja finalidade consiste em fazer que os homens mergulhem no dinamismo da Trindade e, assim, possam “participar da natureza divina” (Dei Verbum)

O Povo de Deus Inspirado e Iluminado

A Bíblia é um projeto para ensinar-nos a amar, reconhecendo a grandeza e simplicidade do amor, compreendendo o Amor, e mostrando que somos capazes de amar e de que somos chamados a nos unir ao Amor. Jo 15, 1-8
Vamos Ler a mensagem Inicial: Rm 12,2.

O homem cheio de vida representa a glória de Deus. Sto. Irineu

DIVISÃO DA BÍBLIA

Pentateuco
É uma palavra grega que significa "cinco livros". O Pentateuco reúne os cinco primeiros livros da Bíblia. O Pentateuco era também chamado de Torá = Lei.
Gênesis: palavra grega que significa origem. Narra as origens do mundo e do homem e a formação do Povo de Deus e a história dos Patriarcas.
Êxodo: palavra latina, que significa saída. Trata da saída do Povo de Deus do Egito, a passagem pelo Mar Vermelho; fala dos Dez Mandamentos e a caminhada do Povo à Terra Prometida.
Levítico: Levi era um dos doze descendentes de Jacó. É um Livro que trata das leis sobre o culto divino.
Números: chama-se Números por causa dos recenseamentos e séries de números neles contidos. Narra a parte final da caminhada do Povo de Deus pelo deserto, do Sinai até a Terra de Canaã. Fala das lutas que os israelitas enfrentaram perante os povos que ocupavam as fronteiras da Palestina ou Terra Prometida.
Deuteronômio: Deuteronômio quer dizer Segunda Lei. São Leis que deveriam ser obedecidas quando o Povo entrasse na Terra Prometida.

LIVROS HISTÓRICOS
Contam a história do Povo de Deus. Uma história feita de bênçãos e de castigos, mostrando sempre a fraqueza do homem e a misericórdia de Deus. Essa história tem como cenário a Palestina e os períodos de exílio nas terras pagãs.
n  Josué: Com a morte de Moisés, Josué conduz o Povo de Israel até Canaã. O Livro narra a conquista da Terra Prometida.
n Juízes: Depois da morte de Josué até a Constituição do Reino, as Tribos de Israel eram invadidas por povos inimigos. Então certos líderes defendiam o povo. Tais chefes eram chamados de Juízes. Não se sabe quem escreveu este Livro.
n Rute: Conta a história de Rute, que se casa com Booz. Rute é modelo de piedade e de fidelidade. Ela se torna bisavó do rei Davi. Rute era estrangeira – moabita – por isso é sinal de que a salvação de Deus se estende a todos os povos.
n I Samuel: Foi o último Juiz de Israel. Foi também um grande Profeta. Consagrado a Deus desde a infância, foi educado pelo sacerdote Eli. Pelo ano de 1200 a.C Samuel unifica as Tribos de Israel para poder enfrentar os filisteus. Como chefe político e religioso, unge Saul como Rei de Israel.
n II Samuel: O Livro de Samuel foi dividido em dois. Este segundo Livro narra o reinado de Davi.
n I Reis: Conta a história dos israelitas depois da morte do rei Davi (970 a.C) até a destruição de Jerusalém e a deportação do Povo de Israel por Nabucodonosor, no ano 587 a.C.
n II Reis: Este Livro narra a história dos reis de Israel e Judá, mostrando os desígnios de Deus.
n I Crônicas: Também chamado de “Paralipômenos”, formavam uma só obra com os Livros de Neemias e de Esdras.
n II Crônicas: Mostram o culto e a fidelidade do povo de Israel à Aliança.
n Esdras: É a continuação do Livro das Crônicas. Supõe-se que o autor seja o mesmo. Conta a restauração religiosa de Israel em 538 a.C, quando Ciro, rei da Pérsia, autorizou a volta dos judeus para Jerusalém.
n Neemias: Forma um só Livro com Esdras. Assim que os judeus regressaram a Jerusalém, começaram a reconstrução do Templo e do Muro de Jerusalém.
n Tobias: Tobias é exemplo de um israelita justo. É um Livro que mostra a fé e a piedade deste jovem.
n Judite: Mostra que a fé e a confiança em Deus são mais forte que um exército armado. Judite é a jovem israelita fiel a Lei. Ela defende seu povo, acreditando na bondade de Deus.
n Ester: Forma uma unidade com o Livro de Judite. Ambos tem a mesma finalidade. A rainha Ester era esposa de Assuero, rei da Pérsia. E ela intercede e salva seu povo, os judeus estabelecidos na Pérsia, onde eram duramente hostilizados.
n I Macabeus: Abrange um período de 40 anos. Conta a lutas empreendidas pelos Macabeus contra os generais sírios, em defesa de Jerusalém. “Macabeu” quer dizer “martelo”. Eram 5 irmãos, filhos do sacerdote Matatias.
n II Macabeus: Foi escrito aproximadamente no ano 100 a.C. Mostra a crença na imortalidade da alma.
Livros Sapienciais
Falam da sabedoria dos homens e da experiência do amor de Deus na vida da comunidade. Estes Livros contêm orações, cânticos e poesias, escritos e vividos à luz da fé.
n Jó: Apresenta o problema do sofrimento num estilo poético. Esse Livro trata-se, provavelmente, de uma parábola.
n Salmos: Salmos quer dizer “Louvores”. São poesias para serem cantadas. Ao todo são 150 salmos. Boa parte foi composta pelo rei Davi.
n Provérbios: Parte deste Livro foi escrita pelo rei Salomão – filho do rei Davi. O autor fala de um Deus criador e justo, misericordioso e inefável.
n Eclesiastes: Não se sabe ao certo quem o escreveu. Mostra a instabilidade e a insegurança da vida presente, mas também muitas coisas boas que vem de Deus.
n Cântico dos Cânticos: Significa: “O canto por excelência” ou “O mais belo dos cânticos”. É um cântico de amor, bem no estilo oriental. Toma como exemplo o amor do esposo e da esposa, mas quer mostrar o amor de Deus com o seu Povo, com quem fez uma Aliança.
n Sabedoria: Foi escrito por um judeu que morava no Egito. O nome do autor não se sabe. Fala da imortalidade da alma e do destino eterno do homem.
n Eclesiástico: Conhecido também como “Sirac”. Foi escrito mais ou menos no ano 120 a.C. Mostra o valor estável da Lei de Deus.

Livros Proféticos 
Profeta não é uma pessoa que prevê o futuro, mas uma pessoa que fala em nome de Deus.
n Isaías: É o maior profeta de Israel. Nasceu em Jerusalém por volta do ano 760 a.C. Com 20 anos começou a profetizar. Exerceu essa missão durante 50 anos. É o profeta da Justiça.
n Jeremias: Nasceu no ano 650 a.C. Profetizou durante quarenta anos. Foi o profeta das desgraças. Predisse a deportação dos judeus. Jeremias lutou pela reforma religiosa de Israel.
n Lamentações: Composto nos anos após a destruição de Jerusalém, em 586 a.C. Contém orações, lamentações e súplicas. Este Livro era lido anualmente pelos judeus, no aniversário da destruição do Templo.
n Baruc: O profeta exorta o povo a fazer penitência. Baruc quer dizer “abençoado”. Foi secretário de Jeremias.
n Ezequiel: Ezequiel quer dizer “aquele que Deus faz forte”.Exerceu sua função no meio dos judeus deportados para a Babilônia.
n Daniel: O autor do Livro é desconhecido. Daniel é o nome do personagem ideal que sofre no exílio. Tem fé viva e ardor patriótico. Foi escrito durante a perseguição de Antíoco, entre 167-163 a.C. O autor pretende consolar e animar os que são perseguidos pelo rei.
n Oséias: Exerceu seu ministério por volta do ano 750 a.C. Fala da infidelidade de Israel para com seu Deus, e compara a união de Deus com seu povo ao amor de um noivado. É o profeta da Ternura de Deus. É chamado de Profeta Menor.
n Joel: Profetizou no reino de Judá e Jerusalém, onde nasceu. Fala do culto divino e do amor Divino. É chamado de Profeta Menor.
n Amós: Era camponês, de alma simples e fervorosa. Pastor de ovelhas nas proximidades de Belém. Profetizou durante o reinado de Jeroboão II. Amós condenou as injustiças sociais que massacraram a Samaria. É chamado de Profeta Menor.
n Abdias: Profetizou pelos anos 550 a.C. Anunciou castigos contra Edom e o triunfo de Israel no dia de Javé. É chamado de Profeta Menor.
n Jonas: O Livro deve ser uma espécie de parábola. Mostra que Deus chama à conversão, não somente os judeus, mas também os pagãos. É chamado de Profeta Menor.
n Miquéias: Nasceu perto de Hebron. Anunciou a ruína da Samaria. Predisse que o Messias nasceria em Belém. É chamado de Profeta Menor.
n Naum: O profeta fala da grandeza de Deus e do poder com que o Criador governa o mundo. Alegra-se com a queda de Nínive, que se deu no ano 608 a.C. É chamado de Profeta Menor.
n Habacuc: Profetizou entre os anos 625 a 598 a.C. Predisse a invasão dos caldeus. Foi um profeta filósofo. Anunciou que Deus salvaria os justos e puniria os maus. É chamado de Profeta Menor.
n Sofonias: Profetizou no reinado de Josias pelo ano de 625 a.C. Predisse a justiça divina, anunciando o Dia de Deus, ocasião em que serão punidos todos os maus, pagãos ou judeus. Fala também da felicidade dos tempos messiânicos. É chamado de Profeta Menor.
n Ageu: Exerceu seu ministério em Jerusalém no ano de 520 a.C, quando era reconstruído o templo. Anima o povo com esperança dos tempos messiânicos. Ageu quer dizer “aquele que nasceu durante a festa” ou “peregrino”. É chamado de Profeta Menor.
n Zacarias: É contemporâneo de Ageu. Prega uma reforma moral e exorta o povo a reconstruir o templo. Fala da vinda do Messias e da conversão das nações. É chamado de Profeta Menor.
n Malaquias: Malaquias quer dizer “meu mensageiro” Fala do amor de Deus pelo seu povo. Denuncia as infidelidades do povo. É chamado de Profeta Menor.

Evangelho
O Evangelho é um só.
Quando falamos em quatro Evangelhos, estamos nos referindo às quatro redações do mesmo Evangelho, feita por quatro Evangelistas diferentes e datas diversas.
É neste sentido que podemos dizer Evangelho de São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João.
Os três primeiros são mais semelhantes entre si. Narram quase sempre os mesmos fatos.
Por isso, são chamados SINÓTICOS.

Os Evangelistas não pretendem escrever uma biografia de Jesus. Seu objetivo principal é provar que em Jesus, cumpriram-se todas as profecias a respeito do Messias. Por isso, a preocupação dos Evangelistas é mostrar a divindade de Jesus e a Sua missão divina. O conteúdo principal da pregação de Jesus é o “Reino de Deus”.

EVANGELHO - Boa Nova ou Boa Notícia.

n Mateus: é representado pela figura de um Homem, porque começou a escrever seu Evangelho dando a genealogia de Jesus. Mateus é um nome hebraico que significa “dom de Deus”. Mateus era cobrador de impostos em Cafarnaum, por isso se intitulava “Mateus o publicano”. Era também chamado Levi. Foi convidado pessoalmente por Jesus para ser discípulo. O Evangelho de Mateus é dirigido aos judeus convertidos e quer mostrar que Jesus de Nazaré é o herdeiro das promessas feitas por Deus a Davi. Portanto, Jesus é o Messias anunciado pelos profetas.

n Marcos: é representado pela figura de um Leão, porque começou a narração de seu Evangelho no deserto, onde mora a fera Era também chamado de João Marcos. Marcos era primo de Barnabé e discípulo de Pedro. Redigiu o Evangelho a partir das pregações de Pedro. Põe em evidência os milagres de Jesus, pois pretende mostrar a bondade do Senhor e a sua divindade. Seu Evangelho se dirige aos cristãos vindos do paganismo (gregos e romanos).

n Lucas: é representado pelo Touro, porque começa o Evangelho falando do templo, onde eram imolados os bois. Lucas nasceu em Antioquia da Síria, de família pagã. Converteu-se por volta do ano 40. Estudou Medicina. Não foi discípulo de Jesus, mas de Paulo. Lucas escreveu o Evangelho como historiador. Talvez pelo ano 67 d.C. Dirige seu Evangelho aos cristãos de origem pagã (gregos e romanos). O objetivo de seus escritos é o fortalecimento na fé. É o evangelista que mais fala do nascimento e da infância de Jesus. Dá destaque especial a misericórdia de Deus.


n João: é representado pela Águia, por causa do elevado estilo de seu Evangelho, que fala da Divindade e do Mistério Altíssimo do Filho de Deus. É filho de Zebedeu e Salomé. Era pescador do Mar da Galiléia, por onde Jesus passou e o chamou para ser Apóstolo, juntamente com Tiago, seu irmão. João era chamado o “discípulo amado”. Começou a seguir Jesus quando tinha 19 anos e foi testemunha de toda a missão do Senhor. Fala da “vida eterna” como realidade já presente na terra, na Pessoa de Jesus. João escreve aos cristãos.

Atos dos Apóstolos 
Conta como tiveram origem e como eram as primeiras comunidades da Igreja. Mostra as lutas e dificuldades da Igreja nos seus primeiros anos. Destaca, logo no início a pregação e o testemunho dos Apóstolos sobre a Ressurreição do Senhor.
O Livro dos Atos é uma continuação do terceiro Evangelho (Lucas) As duas personagens de destaque no Livro dos Atos são os Apóstolos Pedro e Paulo. O livro dos Atos salienta a ação do Espírito Santo na vida da Igreja. Foi escrito entre os anos 70 a 80 d.C. Apresenta a experiência vivida pela Igreja primitiva, com aqueles quatros pontos fundamentais para a vida da Igreja:
n Quérigma: é o primeiro anúncio do Evangelho ou chamado à conversão.
n Catequese: educação na fé ou aprofundamento no conhecimento da Palavra de Deus.
n Vida em Comunidade: experiência muito forte onde partilhavam os bens, a oração era em comum e a participação na Eucaristia.
n Missão: Missão Apostólica – exercício do poder que os Apóstolos receberam de Jesus.
Epístolas
São 21 as Cartas ou Epístolas. As 14 primeiras são chamadas Epístolas Paulinas; as 7 restantes, chamadas Epístolas Católicas.

EPÍSTOLAS PAULINAS:
Romanos: Carta que São Paulo escreveu a uma Comunidade Cristã de Roma, no ano de 57 d.C. Fala das conseqüências do pecado e que o homem é salvo pela fé em Jesus Cristo, por pura misericórdia de Deus.
n I Coríntios: São Paulo escreveu de Éfeso aos cristãos da cidade de Corinto, no ano 55 d.C, para repreende-los quanto aos abusos e disputas que surgiram na comunidade. Prega a humildade, inspirada na cruz de Jesus. Recomenda a caridade.
n II Coríntios: Seis meses depois São Paulo escreve a segunda carta. Manifesta suas tribulações e esperanças.
n Gálatas: Escreveu nos anos 48 ou 56 d.C a uma comunidade da Galácia, para resolver problemas surgidos por causa dos judeus convertidos, que quiseram impor sua lei judaica aos cristãos vindos do paganismo.
n Efésios: Escreveu quando estava preso em Roma, nos anos 61 a 63 d.C. Recomenda unidade dos cristãos.
n Filipenses: Também estava preso. A carta tem um cunho muito pessoal. Manifesta alegria e afetividade.
n Colossenses: Fala do mistério de Cristo e da Igreja e acrescenta uma série de conselhos morais aos cristãos que vivem uma vida nova em Jesus Cristo.
n I Tessalonicenses: é a carta mais antiga que São Paulo escreveu. Foi por volta do ano 50 d.C. Fala da alegria que sente ao saber da felicidade deles e de poder contar com seu progresso espiritual.
n II Tessalonicenses: Adverte os fiéis a respeito das falsas idéias sobre a volta gloriosa de Jesus.
n I Timóteo: É uma carta dirigida aos bispos aos quais São Paulo dá normas de pastoral. Timóteo é seu discípulo e companheiro de viagem.
n II Timóteo: Dá normas de vida para homens, mulheres, diáconos e Bispos. Fala também como devemos tratar as viúvas, os anciãos e os escravos.
n Tito: Tito é um grego, colaborador de Paulo. Nesta carta orienta a respeito de como organizar as comunidades cristãs na ilha de Creta.
n Filemôn: é uma carta curtinha. Dirigida a um cristão rico de Colossos, cujo escravo fugitivo tinha vindo procurar proteção junto a Paulo. Pede que perdoe o escravo arrependido e convertido ao cristianismo.
n Hebreus: Talvez esta carta não tenha sido escrita por Paulo. As idéias são suas, mas o estilo é bem diferente. É dirigida aos judeus que receberam o batismo e sofrem por deixar o templo e a sinagoga.

EPÍSTOLAS CATÓLICAS
(católica significa “universal”)
n Tiago: Também chamado de “irmão do Senhor” é o Tiago Menor, filho de Alfeu. Foi bispo de Jerusalém. A carta tem a espiritualidade do Sermão da Montanha. Traz conselhos para a vida moral. Recomenda a prática da caridade, da justiça e da piedade.
n I Pedro: Fala da alegria do cristão e da unidade de todos os batizados em Jesus Cristo. Dirigida aos cristãos que sofrem por causa da fé, esta carta lembra a importância da cruz de Cristo e exorta todos a uma vida de santidade.
n II Pedro: O conteúdo é semelhante à Carta de Judas. Rejeita as doutrinas pregadas por falsos profetas de vida corrupta. É uma exortação à fidelidade a Cristo e ao amor de Deus, lembra a vinda de Jesus.
n I João: As três cartas que seguem foram escritas pessoalmente pelo Apóstolo e Evangelista São João. Na primeira carta, João fala que Deus é Amor e Luz. Por isso, o cristão deve se comportar como filho da Luz, fugindo do pecado.
n II João: Dirigida a uma comunidade da Ásia, é uma exortação a caminhar na verdade e no amor.
n III João: Dirigi-se a um certo “Gaio”, a quem elogia suas virtudes.
n Judas: Foi escrita, talvez em Jerusalém pelo ano 65 d.C. Ela põe os fiéis de alerta perante falsas doutrinas e falsos mestres.

Apocalipse
Significa “revelação” Trata-se de um Livro profético. Foi escrita às Sete Igrejas (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia) da Ásia Menor, por volta do ano 100 d.C, por São João Evangelista, quando estava exilado na ilha de Patmos.
Naquela época tais Igrejas passavam por dura provação – perseguição religiosa. Muitos cristãos sentiam-se desanimados e até desesperados.
É para esses cristãos que João escreve o Apocalipse. Trata-se de uma mensagem sobrenatural, transmitida de maneira misteriosa e simbólica, por causa do clima de perseguição.







Bíblia: Um presente de Deus pra ser transcrito no coração. Leia-a e quem sabe você não se encontra!



















Patriarcas – Fundadores do Povo da Bíblia


Os Patriarcas eram os Pais do Povo. A religião é um reflexo da situação político e cultural. O povo que conseguia o domínio político impunha o seu Deus e o povo tinha de adorá-lo. Com Abraão, é diferente, sua experiência ensinou que Deus era uma proposta de compaixão e fidelidade.

Reflexão: Como podemos fazer hoje para viver a experiência de Abraão! Nossa fé é um encontro pessoal com Deus ou um simples encontro de verdades?
O que pode significar para você: “sai de sua terra”! Gn 12,1s.?

A fé é responder a um chamado pessoal de Deus que quer fazer a sua História junto com os homens. É preciso abdicar da nossa própria terra do egoísmo, da razão fria para entrarmos na comunhão com o Universo e as Pessoas, e aquecer o coração.
Gn 22, 1-19: E numa época de rituais com sacrifícios terríveis, inclusive humanos; a narração bíblica do sacrifício de Isaac trouxe ao povo hebreu a mensagem de que o Senhor não queira sacrifícios humanos, pois o nosso Deus, é o Deus da Vida.

Moisés
Qual o sentido de um Pacto de Amizade, uma Aliança verdadeira, pra você?

Com Moisés, o Povo conhece o Deus libertador (Ex 3,7-10), o Deus da Aliança (Dt 5,6-21). Os dez mandamentos (Decálogo) são o guia de como o Povo deve agir e se relacionar com Deus, uma prova concreta da Aliança. (Ex 19,5s).

Juízes
Reflexão: O que você faz em prol dos outros?  Que força tem os cristãos quando unidos?

Os Juízes eram Líderes (político-religioso-militar) que conduziam o povo de Deus – Libertadores. Quando Josué morreu, acabou o período dos Patriarcas e ele distribuiu Canaã com seus herdeiros. Quando havia ameaça do inimigo contra uma determinada tribo, as outras tribos vinham em socorro daquela. Era aí que se levantava alguém com a força de Deus para comandar a luta (Lembra de Sansão? Ele era juiz.(1Rs 15,16). Tornavam-se juizes aclamados e com o apoio do Povo.

Reis
Samuel foi o último Juiz e, já envelhecido, constituiu seus filhos como juízes, porém, eles não o seguiram o seu exemplo, eram desonestos, no entanto, o Povo aclamava por um Rei, com isto, Samuel consultou a deus que disse-lhe: “Seja feita a vontade do povo”. Deus mostrou-lhe como um rei age. Então Samuel nomeou seu filho Saul como primeiro rei. Davi foi um grande Rei, mas muitos outros fizeram o povo sofrer com ostentações, aumento de impostos etc.
A fidelidade é Benção de Deus, mas a infidelidade atrai para si mesmo a maldição. Você acha que esta frase ainda possui sua verdade nos dias de hoje?

Rute, Tobias, Judite e Ester foram modelos de vivência e de aplicação da fé.

Profetas

O que é ser profeta? Qual é a preocupação dele? Leiamos Am 8,4-7; Jr 31,31-34
O que significa: “Todo cristão deve ser profeta?”
O profeta é um homem chamado por Deus para transmitir ao povo a sua mensagem e falar em nome do Senhor. Ele não tem bola-de-cristal, mas analisa a situação do Povo e mostra o Projeto de Deus para o futuro do Povo. O primeiro e grande profeta foi Elias (1Rs 18,22-37.38ss) e o maior profeta chamado de profeta do Altíssimo ou do Messias foi João Batista, pois anunciava a vinda Dele.

Sapienciais
Os livros Sapienciais tratam da sabedoria e espiritualidade de Israel. Tratam de temas diversos com poesias, cânticos e orações. A sabedoria neles contida não é acumulada pelo conhecimento, mas o bom senso e o discernimento das situações. Adquiridos através da meditação e reflexão sobre a experiência concreta da vida.

Os Evangelhos
Os evangelhos trazem o cumprimento da Promessa do Antigo Testamento, anunciam o Reino dos Céus no Mundo, ou seja, o Reino das Bem-aventuranças Mt 5,3-11.
Nele descobrirmos a missão de cada cristão. Você é capaz? Mt 10, 7-10.20. Pode dar um exemplo de como pretende fazer isso.?
Um cristão é capaz de mudar o mundo, desde que queira ser cristão. Mt 18, 1-7

Leve para casa a Lição da Caridade: Lc 6, 27-49.
É pela caridade que aprenderemos a fazer tudo pelo amor, com amor e no Amor. Cristo é o modelo para confrontarmos a nossa própria vida. “O que vos mando é que vos ameis uns aos outros”. Jo 15, 17.

Atos dos Apóstolos
Nele aprendemos como viviam as primeiras comunidades cristãs. Já imaginou se todo mundo que se diz católico fosse realmente Cristão, como o Mundo seria? Cf.: At 2, 42-47; 4, 32-35

Cartas
As Cartas são mensagens para comunidades cristãs específicas ou em geral (Cartas Universais), ou ainda para os líderes destas comunidades (Cartas Pastorais). Elas enfatizam a solidariedade (Tg1,19ss), a boa conduta do cristão ungido pelo Espírito Santo (Gl 5,22s.25), encorajando os discípulos (At 2,14). Elas mostram como o Espírito Santo age através dos dons e carismas (1Cor 12,4-7), transformando o coração humano que servindo o outro torna-se mais santo, ou seja, com um caráter de cristão.

Apocalipse
O Livro do Apocalipse nos mostra o conflito do bem e do mal na vida do homem, em que prevalece a ação de Deus. É a esperança de a cada dia caminharmos para a Perfeição de Deus. Ap 21, 6-7.

Bíblia: Um presente de Deus pra ser transcrito no coração. Leia-a e quem sabe você não se encontra!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

JESUS CRISTO




Verdadeiro Deus e Verdadeiro homem – Dei Verbum:
“E o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14) ; 
Homem: CIC 460 “O verbo se fez carne para tornar-nos  ‘participantes da natureza divina’(2Pd 1,4):  ‘Pois esta é a razão pela qual o verbo se fez homem, e o filho  de Deus, filho do homem: é para que o homem entrando em comunhão com o verbo e recebendo assim a filiação divina, se torne filho de Deus’. ‘Pois de Deus se fez se fez homem para nos fazer Deus’... ‘O filho Unigênito de Deus, querendo-nos participantes da sua divindade, assumiu a nossa natureza, para que, aquele que se fez homem, dos homens fizesse Deuses”   Outros: CIC  456; 486.
Deus:  CIC 151 “Para o Cristão, crer em Deus é, inseparavelmente, crer naquele que o enviou. ‘seu filho bem-amado’ no qual Ele pôs toda sua complacência (Mc 1,11); (Cf. Mc 9,7) Deus mandou que O escutássemos. O próprio Senhor disse aos discípulos: ‘Crede em Deus, crede também em mim’ (Jo14, 1). Podemos crer em Jesus Cristo porque Ele mesmo é Deus, Verbo feito carne...”
Deus e homem:  CIC 464 “O acontecido único e singular da encarnação do filho de Deus não significa que Jesus Cristo seja em parte Deus em parte homem, nem que ele seja o resultado a mescla confusa entre o divino e o humano. Ele se fez verdadeiramente  homem permanecendo verdadeiro Deus... Esta verdade de fé, a igreja teve que defende-la e clarificá-la no decurso dos primeiros séculos diante das heresias que a falsificavam”.

O estilo do ensinamento de Jesus.
Na época de Jesus, a palavra escrita ainda não era facilmente disponível para a comunicação em massa. Então, tornava-se essencial que um mestre apresentasse seus ensinamentos de modo a serem claramente compreendidos e memorizados. Isto exigia que o mestre fosse ao mesmo tempo um poeta e um contador de histórias, e Jesus sem sombra de dúvidas, dominava ambos talentos.
As parábolas cheias de vida tirada da natureza ou essência humana são bem conhecidas e constituíram a principal forma de ensinamento de Jesus. Elas incitavam os ouvintes para pensar e descobrir diversos níveis de significados e aplicações.

Os principais ensinamentos.
Dentro dos ensinamentos propostos por Jesus, existem dois temas predominantes: A Verdade e Realidade e A Compreensão da Pessoa de Jesus.
A Verdade e Realidade: A Realidade que Jesus veio proclamar tem sido traduzida em Reino; Jesus proclamou o Reino de Deus ou o Reino dos Céus. Não apenas proclamou, mas o inaugurou quando deixou claro que "Um novo estado de coisas nasceu para o ser - humano". Muitas foram às parábolas contadas sobre o Reino de Deus; dentre elas Jesus disse: "O Reino dos Céus é como um mercador em busca de pérolas finas que, encontrando uma de grande valor, vai e vende tudo o que tem e a compra".
"O Reino de Deus não vem como sinais que possam ser observados, nem se poderá dizer: 'Eis o Reino aqui' ou 'Lá está o Reino', pois o Reino de Deus está no meio de vocês".
Com este tema, Jesus deixa evidente que temos que estar bem conosco mesmos com nossos irmãos e com Deus, pois senão não podemos viver no Reino dos Céus.
A Pessoa de Jesus: Jesus referiu-se a si mesmo como o Filho do Homem. Essa expressão pode apresentar várias interpretações, mas pode ser compreendida como sendo uma intervenção pessoal de Deus nos assuntos humanos, não tanto através da figura de um mensageiro, mas sim como a do inaugurador de um estado de coisas entre os homens em que o Reino de Deus está efetivamente presente. Uma das passagens em que Jesus se refere ao Filho do Homem: "O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos".



Seguir Jesus: o preço
Os Evangelhos contém relatos de um período no qual Jesus passou no deserto em solidão voluntária e onde ele enfrentou e resistiu a diversas tentações. Se o próprio Filho de Deus sofreu tentações quanto mais nós as sofremos!
Entretanto, as tentações de Jesus podem ser vistas por nós como meios fáceis e mesquinhos de se estabelecer o Reino. Quando Jesus reconheceu as tentações como tal, ele viu-se face a face com o único caminho, o da entrega total, sem qualquer recompensa ou retorno: o caminho do Amor puro e sem sentimentalismo.
Jesus não oferecia nenhum atrativo fácil. O preço para ser seu discípulo não haveria de ser alto nem baixo, mas absoluto. Ele usou vários meios para transmitir esse fato simples: usou poemas, parábolas e falou diretamente aos seus discípulos, especificando qual seria o preço para si e, conseqüentemente, para eles.
Jesus era às vezes popular ou não. As autoridades de modo geral desconfiavam dele e o temiam. O povo de Israel não acreditou que Ele era de fato o Messias Prometido, pois esperava alguém glorioso e poderoso politicamente para libertá-los dos romanos; queriam um Messias que lhes desse uma nação livre e poderosa.
Por outro lado; Jesus era movido pelo amor e pela vontade de Deus. O amor exigia uma reação amorosa aos sofrimentos do povo e Jesus com seu poder de cura era clamorosamente ansiado, requisitado. Ele curava porque o amor exigia e pedia aos que curava para agradecerem a Deus e ficarem em silêncio.
Então, seguir Jesus é uma opção e a livre entrega de si é a única expressão de amor que existe; Jesus nos quer por inteiro, sem restrições, sem senão, sem porém. Algumas de suas palavras mostram as atitudes esperadas de um seguidor de Cristo:
 "Se alguém esbofeteia sua face direita, volta-lhe também à esquerda; se alguém quer litigar com você para tirar-lhe a túnica, deixe-lhe também a camisa; se alguém o forçar a caminhar uma milha, ande com ele duas".
"Amem aos seus inimigos; façam o bem a quem os odeia; abençoem os que os maldizem; orem pelos que os injuriam".
"Aquele que não toma a sua cruz e me segue não é digno de mim".
Finalmente, analisando a vida de Jesus, constata-se que sua idéia-força, ou seja, o motivo de sua existência era a realização da vontade do Pai. As primeiras palavras de Jesus relatadas no Evangelho quando ele tinha doze anos e estava com os Doutores da Lei foram: "Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?" (Lc 2, 49).
Jesus foi o homem mais autêntico e mais realizado que existiu sobre a face da Terra que fez a vontade do Pai e, portanto fez exatamente o que deveria fazer.


JESUS E SEUS COMPANHEIROS OS APÓSTOLOS
Jesus, quando saiu pela sua terra para pregar o Evangelho, convidou companheiros para irem juntos com ele.
Jesus poderia ter realizado sua missão sozinho. Mas não. Quis que sua obra tivesse continuidade após sua morte, ressurreição e volta ao céu.
Para isso escolheu doze companheiros. Homens simples, mas possuidores de um grande coração para amar e com muita vontade de fazer o bem. Alguns eram pescadores de peixes e Jesus quis fazer deles pescadores de homens, com a missão de convidar os homens a fazerem parte da família de Deus.

Os apóstolos de Jesus
Os nomes dos apóstolos de Jesus são:
Simão Pedro (que se tornou o chefe dos apóstolos);  Tiago (filho de Zebedeu);  João (irmão de Tiago, discípulo amado de Jesus. Escreveu o quarto Evangelho);  André;  Filipe;  Bartolomeu;  Mateus (também chamado Levi. Escreveu o primeiro Evangelho);  Tomé;  Tiago (filho de Alfeu);  Tadeu;  Simão Cananeu;  Judas Iscariostes (o traidor).
Estes doze homens acompanharam Jesus durante três anos em suas andanças missionárias.
Como deveria ser grande a amizade entre eles!... Caminhavam juntos... comiam do mesmo prato... dormiam debaixo do mesmo teto... ouviam atentamente todos os ensinamentos de Jesus... que beleza!
Missão dos apóstolos de Jesus
Jesus os preparava para a grande missão. Com eles fundaria a Igreja, enviá-los-ia pelo mundo afora para espalhar a boa-nova do Reino de Deus, a mensagem do Evangelho.
Os apóstolos foram muito generosos. Deixaram tudo. O que possuíam de mais sagrado: os pais, a família, os bens materiais, para poderem seguir o Mestre. Em comparação receberam muito mais em troca: a verdadeira liberdade neste mundo e a felicidade eterna no céu.
Os verdadeiros amigos de Jesus, aqueles que querem obedecer às suas palavras, não se apegam aos bens deste mundo. Usam de tudo, sem se deixar escravizar por nada. Existe muita gente escrava das coisas deste mundo: dinheiro, prazer, poder, vícios, modas e tantas outras coisas que nos trazem mais tristezas que alegrias.
Que tristeza quando sabemos que alguém matou para poder roubar! Este está fazendo do dinheiro o seu deus. Por causa do dinheiro, ofende gravemente o verdadeiro Deus e fere o próximo, naquilo que ele possui de mais valor: a vida.
Que tristeza quando sabemos que famílias foram expulsas de suas terras para que os riscos possam plantar capim para gado. Existe muito gado mais bem tratado do que gente.
Quanta briga por causa da terra, que no fim vai nos comer a todos. Mas só não come a alma. Esta tem um encontro marcado com Deus.
Jesus queria que seus seguidores fossem obedientes ao Pai como ele também era.
Os apóstolos presenciaram os milagres de Jesus. Viram as maravilhas operadas pelo Mestres junto ao povo. Nem tudo o que ouviam de Jesus eram capazes de compreender. Mas guardavam tudo em seu coração. Mais tarde, quando Jesus mandou do céu o Divino Espírito Santo, então sim, compreenderam o grande ensinamento de Jesus e o levaram adiante pelo mundo afora.
Iam dois a dois, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, pregando o Evangelho, ensinando ao povo a doutrina de Cristo e fundando comunidades cristãs, às quais deram o nome da Igreja.
Na época, a maior parte do povo era pagão, acreditava em outros deuses. Por este motivo, muitos apóstolos de Jesus foram perseguidos e mortos. São Pedro foi crucificado de cabeça para baixo. São Paulo foi degolado como São João Batista. Santo Estevão foi apedrejado até morrer.
O testemunho, o exemplo de fé dos apóstolos de Jesus e dos primeiros cristãos foi a semente forte que fez as igrejas cristãs se desenvolverem pelo mundo afora.

Jesus também sentiu a dor da traição
Alguns dos apóstolos não foram fiéis à amizade de Jesus.
Judas Iscariotes o traiu, vendendo-o por trinta moedas de prata.
Simão Pedro também o negou três vezes.
Se Judas tivesse se arrependido, seria hoje um grande santo como São Pedro. Mas não confiou na misericórdia de Jesus e foi se enforcar.
Hoje em dia, como Judas, quantos se desesperam diante da vida em vez de confiar. Pedro confiou. Arrependeu-se. Chorou seu grande pecado, e o Senhor o perdoou.
A misericórdia de Deus é maior que os nossos pecados. O maior pecador do mundo é perdoado se, arrependido e contrito, pede perdão a Deus e muda de vida.

Os apóstolos continuam a obra de Jesus
Várias vezes, Jesus apareceu aos seus apóstolos depois da ressurreição para provar que estava vivo como havia dito. Os apóstolos se mantinham unidos em oração no cenáculo, aquela grande sala em que Jesus celebrou a última ceia, isto é, a primeira missa.
Após a vinda do Espírito Santo (Pentecostes), os apóstolos saíram pelo mundo afora, anunciando tudo o que havia visto e ouvido.