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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

"Um eterno aprendiz"




Um catequista precisa ser antes de tudo, um líder. E liderar não é fazer. Liderar é fazer fazer. E ninguém faz com que os outros façam alguma coisa sem um trabalho conjunto e de equipe. E criar uma equipe significa engajar, capacitar e, acima de tudo, inspirar. Líderes devem inspirar pessoas.
Na medida em que vamos nos envolvendo nesta linda missão que nos é confiada, Deus parece ampliar seu chamado. E quando nos damos conta, já estamos completamente envolvidos. Quem descobre a bênção que é servir e trabalhar em prol de um projeto diferente, não recua, mas sim, avança.
Quando chegamos nesta estágio, muita coisa muda. Chega um ponto no trabalho de um líder que é não é mais suficiente inspirar quem faz. Torna-se necessário inspirar quem inspira quem faz. É o tamanho da missão que muda. Começamos a perceber a magnitude da missão e da nossa capacidade de envolvimento. Um líder precisa saber lidar com as exigências e aí, terá que saber trabalhar muito bem com a equipe que tem ao seu lado.Empoderar outras pessoas, fazê-las fazer, inspirar quem inspira quem faz. Ao líder, torna-se imprescindível formar pessoas capazes de ampliar os horizontes, mantendo as conquistas, avaliando a caminhada, corrigindo rumos que precisam ser corrigidos, e encorajando a equipe a continuar caminhando.
Nem sempre as pessoas se dão conta do quanto são importantes para o projeto do Pai. Falta a percepção de que o convite que foi feito, não é humano, mas divino. Eis a razão pela qual, muitos cristãos ficam zanzando para lá e para cá, agindo apenas na casca, no externo, sem a verdadeira radicalidade que exige o discipulado.
Falta o envolvimento verdadeiro, concreto, a ponto de fazer com que outros também façam, que inspira e encoraja, que eleva e empodera.
Não existe missão evangelizadora sem que surjam outros seguidores. Líderes precisam de seguidores. Liderar necessita de opção concreta, além de conhecimento, estudo, aprendizado, dedicação e, principalmente, o gosto pelas pessoas.
De uma vez por todas, precisamos assumir com coragem e ardor a condição e a atitude de discípulos. É a prática do Evangelho e não apenas a teoria.
O Doutor em Teologia José Comblin diz no livro Evangelizar, publicado pela Paulus em 2010, que o Evangelho de Jesus fica escondido para as pessoas que não o praticam. Segundo ele, existe o privilégio da ação ou da prática. “Quem não começa a agir como discípulo não pode entender nada. Pois é agir como discípulo, a ação que consiste em seguir Jesus na verdadeira lei do Pai, que fornece a chave do Evangelho. Quem não procura se empenhar ou se comprometer nunca chegará a ver nada daquilo que Jesus proclama”, diz Comblin.
E ele diz mais. “O discípulo é uma pessoa comprometida, engajada de modo definitivo e radical. Para ser discípulo, é preciso dedicar-se totalmente a essa tarefa e deixar tudo o que for obstáculo. Ser discípulo torna-se norma última. O que caracteriza o discípulo é a sua radicalidade.”
É desafiador para um reles catequista viver a radicalidade do evangelho. Ser radical , nesse caso, significa comprometer-se. Comprometimento tem a ver com mudanças profundas no próprio comportamento. Passa também pela coragem de agir, de denunciar o que não faz parte do projeto do Pai e, ao mesmo tempo, pela humildade de saber se relacionar e aprender com a caminhada. Um líder não é o dono da verdade.
O discípulo é um eterno aprendiz. O evangelho é um convite para sermos aprendizes. O discípulo não pode ter a pretensão de ser grande, porque sempre está na condição das crianças que aprendem: “Se não nos tornardes como crianças, não podereis entrar no reino dos céus” ( MT – 18,3)O líder precisa ter consciência que não será eterno nem infalível. Cedo ou tarde, ele precisará ser substituído, temporária ou definitivamente. É assim que as coisas funcionam na nossa vida pastoral. Infelizmente, alguns sentem-se eternos nos cargos que ocupam na comunidade. Com isso, não abrem caminhos, não formam novas lideranças, ficam avessos a novas idéias. E não surgem novos líderes, novos apaixonados pela missão, novas pessoas engajadas e imbuídas do mesmo espírito que nos fez permanecer até então na caminhada.
Um catequista precisa ser antes de tudo, um líder. E liderar não é fazer. Liderar é fazer fazer. Mas ninguém faz sozinho. É preciso caminhar em equipe. E criar uma equipe significa engajar, capacitar e, acima de tudo, inspirar.
Líderes devem inspirar pessoas.
E eternos aprendizes.
E radicais na obediência do evangelho.
Se não for assim, não é missão, nem mesmo discipulado.
É tarefa que qualquer um faz, de qualquer jeito!

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( *A parte de liderança deste texto foi inspirada num artigo de Eugênio Mussak, publicado na página 134 da Revista Você S/A, edição de novembro de 2010. Li, gostei e fiz algumas adaptações)
( * A parte sobre discipulado neste texto foi inspirada no livro do Teólogo José Comblin chamado EVANGELIZAR, páginas 26 e 27. O livro é leitura obrigatória para todos os catequistas, ou alguém que atua como catequistas acha que não é necessária nenhuma leitura ou estudo? O livro EVANGELIZAR foi publicado pela Paulus em 2010)

TODO O TEXTO FOI RETIRADO DO BLOG DE ALBERTO MENEGUZZI: http://albertomeneguzzi.blog.uol.com.br/arch2011-08-01_2011-08-15.html#2011_08-12_08_36_34-134291175-0

Amor à Catequese e acima de tudo Jesus

Sei que é dificil de atualizar esse Blog, mas ano passado estive um pouco atarefada. O primeiro ano de faculdade é mais para adaptação, quero ver se nesse ano de 2012 eu escrevo um pouco mais aqui. Apesar de tudo eu li muito e dois livros me marcaram muito. São de um autor chamado Alberto Meneguzzi e os livros são "Paixão de Anunciar - Reflexões para o dia-a-dia da catequese" e "Missão de Anunciar - De Catequista para Catequista". Recomendo a todos os catequistas que leiam, quem nao for catequista também. O autor nos apresenta de uma forma simples o quotidiano de um critão verdadeiro, com suas lutas, traumas, anseios e desejos, mas deixa muito latente a vontade de levar aqueles que passam por ele a uma verdadeira experiência com Jesus.
Me identifiquei com tudo que ele escreveu nos dois livros. Parece que quem viveu nas decadas de 70/80/90 viveram os mesmo dramas, as mesmas dificuldades. Quando ele fala do pai alcoolatra, dos sonhos, das brincadeiras em seu quarto, parece que estou me vendo. A frustração que sentimos quando termina uma turma de Crisma e daqueles 20 ou mais jovens só 2 ou 3 se engajam em serviços na Igreja. O sonho de ver o povo de Deus reunido. Mas também tem a felicidade de entrar em uma sala de catequese e ver aqueles rostinhos ávidos e sedentos por Jesus. A certeza de saber que NÓS CATEQUISTAS TEMOS EM NOSSAS MÃOS O PODER DE E PRINCIPALMENTE A MISSÃO DE MUDAR VIDAS, é muito gratificante, em especial por saber que não é pra nossa glória que o fazemos.
Pois essa é a nossa missão, ensinar jovens, crianças e adultos tudo sobre Jesus, sua Igreja, seus mistérios. Com amor e dedicação, sem nada esperar em troca. Se o padre não der prioridade à catequese paciencia, nao podemos parar por isso. Sei que muitos desistem por isso. Outros preferem ser catequista onde podem se vistos. Mas o verdadeiro catequista é aquele que faz tudo em silencio. Somente os catequizandos sabem quem ele é e quando muito os pais deles.
Outra coisa que deixa muito catequista frustrado é com relação à vida de oração. Não estou dizendo aqui que não devemos tê-la, mas não podemos viver nos culpando se não conseguimos atingir o "nirvana" das orações. O verdadeiro testemunho é com a vida. Temos que ter coerencia. Não adianta viver com o terço na mão se vivo de acordo com o que Cristo ensinou. Não posso apontar o dedo para os defeitos dos outros. Não posso fazer classificações, apontar o dedo e dizer quem vai ou não para o céu. Não sou Deus. O máximo que posso fazer é indicar o caminho. Se não quiserem seguir não cabe a mim julgar, mas rezar. Outro detalhe importante é a vida em família. Como diz naquele velho ditado: "na rua é um gatinho, em casa um leão". O verdadeiro catequista não pode usar máscaras, uma para cada ocasião: na Igreja santo, em casa o capeta, no serviço o desbocado. Ele deve ser autentico, ser o mesmo em todos os lugares, sem hipocrisias, pois estamos sendo observados onde quer que estejamos.
Pra finalizar, outro dia vi uma foto de um bebê de uns 2 ou 3 aninhos vestido de padre e a seguinte frase: "NINGUÉM NASCE SACERDOTE", isso vale também para o catequista, ninguem nasce catequista, é um processo de formação cosntante, ele nunca estará pronto pois o mundo se atualiza a cada segundo e o catequista deverá estar pronto para acompanhar esta mudança. Por mais cursos ou formaçoes que ele tenha participado ele deverá ter a humildade de aprender mais se não pelo conteúdo, pelo menos pela vivencia em comunidade.

Um abraço a todos e até a próxima.


Ecilene